Fortes tempestades atingiram o Rio Grande do Sul, causando inundações, queda de granizo e ventos fortes. Famílias foram deslocadas, aulas suspensas e rodovias bloqueadas. A previsão é de que o tempo continue instável, com risco de mais transtornos.
Créditos: G1
O Rio Grande do Sul enfrenta as consequências de severas tempestades que varreram o estado, impactando principalmente as regiões Central e Oeste. A combinação de granizo, chuvas torrenciais e ventos que alcançaram até 80 km/h resultou em desalojamentos, suspensão de atividades escolares e interdição de importantes vias de acesso. A situação exige atenção e medidas urgentes para mitigar os danos e prestar assistência à população afetada.
Em Santa Maria, epicentro da crise, o volume de chuva ultrapassou os 100 milímetros em apenas 24 horas, um índice alarmante que corresponde a quase a totalidade da precipitação esperada para todo o mês de junho. O impacto foi tão significativo que o observatório do Bate-Papo Astronômico registrou mais de 1,3 mil raios em um curto período de 8 horas, evidenciando a intensidade do fenômeno climático.
A Defesa Civil local contabiliza 56 famílias (178 pessoas) diretamente afetadas, com 24 famílias (84 pessoas) forçadas a buscar abrigo temporário em residências de amigos e parentes. Nove pessoas, pertencentes a duas famílias, encontram-se desabrigadas e foram acolhidas no Centro Desportivo Municipal (CDM), demonstrando a necessidade de suporte emergencial e abrigos adequados.
Mata, situada a 88 km de Santa Maria, também sofreu com a fúria da natureza, registrando queda de granizo e alagamentos generalizados. Pelo menos 30 moradores precisaram deixar suas casas, evidenciando a abrangência dos impactos. A situação se repete em Santana do Livramento, na Fronteira Oeste, ampliando o raio de destruição das tempestades.
A Climatempo alerta para a persistência das condições climáticas adversas, com previsão de temporais em outras cidades das regiões já afetadas e também no Norte do estado. A população deve permanecer vigilante e seguir as orientações das autoridades para evitar maiores prejuízos.
A infraestrutura viária também foi duramente atingida, com duas rodovias estaduais bloqueadas devido aos alagamentos. As autoridades trabalham para restabelecer o tráfego o mais rápido possível, mas a prioridade é garantir a segurança dos usuários.
- ERS-149, entre os trevos de Faxinal do Soturno e Formigueiro
- ERS-509, entre Santa Maria e Itaara
Diante da impossibilidade de garantir a segurança dos alunos, diversas cidades optaram por suspender as aulas. Agudo, São Sepé e Restinga Seca são alguns exemplos de municípios que tomaram essa medida preventiva.
- Agudo: Escolas municipais Olavo Bilac e 7 de Setembro
- São Sepé: Suspensão da circulação do transporte escolar
- Restinga Seca: Escolas Dezidério Fuzer, Sete de Setembro, Manuel Albino Carvalho e Francisco Giuliani
Em Encruzilhada do Sul, o Arroio Lava Pés transbordou, invadindo oito casas na Rua 17 de Dezembro e forçando a evacuação de famílias para um ginásio. O Arroio Rondinha também causou estragos, elevando o nível da água em até 50 centímetros dentro das residências.
Cachoeira do Sul registrou o transbordamento do Arroio Piquiri, exigindo o resgate de sete famílias pela Defesa Civil. Em Segredo, a situação é crítica, com a cidade isolada devido à elevação do nível do Arroio Segredo, que bloqueou todas as saídas do município.
A causa desse cenário adverso é a atuação de um bloqueio atmosférico que impede o avanço de frentes frias e instabilidades para grande parte do país. Essa condição favorece a formação de áreas de instabilidade, associadas a uma baixa pressão e à chegada de uma frente fria, que deve persistir pelo menos até quinta-feira (19).
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e a Climatempo alertam para a continuidade das fortes pancadas de chuva, acompanhadas de descargas elétricas e queda de granizo. O risco de temporais é maior nas regiões das Missões e Central, enquanto no Sul, Litoral e Região Metropolitana de Porto Alegre, os temporais devem se intensificar ao longo da tarde. As rajadas de vento podem atingir até 80 km/h no Norte do estado.
Na quarta-feira (18), a chuva deve se espalhar pelo Sul do RS, aumentando o risco de transbordamentos, alagamentos e enchentes. Na quinta-feira, o tempo permanecerá instável na maior parte do estado, com chuvas persistentes e volumosas, principalmente nas regiões da Fronteira Oeste e Central. As rajadas de vento podem chegar a 60 km/h.