Uma pesquisa recente da Quaest indica que a maioria dos brasileiros discorda do discurso que polariza ricos e pobres, preferindo uma abordagem que promova a união em vez da divisão. O levantamento também abordou a aprovação do governo Lula e a percepção sobre políticas econômicas internacionais.
Créditos : G1
Uma pesquisa divulgada pela Quaest nesta quarta-feira revela uma percepção dividida entre os brasileiros em relação ao discurso que frequentemente antagoniza ricos e pobres. O estudo, encomendado pela Genial Investimentos, mergulhou nas opiniões da população sobre essa retórica e suas possíveis implicações para o país. De acordo com os dados coletados, 53% dos entrevistados expressaram discordância com o discurso que opõe ricos e pobres, argumentando que tal abordagem fomenta a discórdia e a polarização no cenário nacional. Em contrapartida, 38% dos participantes defenderam a validade desse tipo de discurso, justificando que ele serve como um importante alerta para os privilégios desfrutados por determinados grupos sociais.
A pesquisa, realizada entre os dias 10 e 14 de julho, ouviu 2.004 pessoas com 16 anos ou mais em todo o território brasileiro. A amostra garante um nível de confiança de 95%, com uma margem de erro de 2 pontos percentuais para mais ou para menos. Esses dados estatísticos conferem robustez e confiabilidade aos resultados apresentados.
Além da análise sobre o discurso de classes, o levantamento da Quaest também abordou a avaliação do governo Lula. Os resultados indicam uma ligeira melhora na aprovação do governo, que subiu para 43%, enquanto a desaprovação recuou para 53%. Essa oscilação sugere uma percepção mais favorável em comparação com o levantamento anterior, no qual a desaprovação atingiu um pico de 57% e a aprovação registrou o menor índice do mandato, com 40%. Essa mudança de cenário pode ser atribuída a diversos fatores, como a implementação de políticas públicas e a conjuntura econômica do país.
A pesquisa também identificou um aumento na aprovação do governo Lula entre segmentos específicos da população, como os moradores da região Sudeste, os indivíduos com ensino superior completo e aqueles que possuem renda mensal entre 2 e 5 salários mínimos. Esses dados revelam que a percepção sobre o governo pode variar de acordo com o perfil socioeconômico dos cidadãos.
Em relação ao cenário internacional, a pesquisa revelou que 72% dos brasileiros consideram equivocada a imposição de tarifas por Donald Trump ao Brasil, motivada pela alegação de perseguição política a Bolsonaro. Além disso, 79% dos entrevistados acreditam que a taxa de 50% sobre produtos brasileiros anunciada pelo governo americano terá um impacto negativo em suas vidas e em suas famílias.
A pesquisa também investigou a percepção dos brasileiros em relação à agenda de “justiça tributária” do governo. A maioria dos entrevistados (56%) declarou não ter conhecimento sobre essa proposta, enquanto 43% afirmaram estar informados sobre o assunto. Diante da questão sobre o aumento de impostos para os mais ricos como forma de reduzir a carga tributária dos mais pobres, 63% se manifestaram favoravelmente, 33% se posicionaram contrários e 4% não souberam ou não responderam.
Em relação a medidas específicas, 60% dos entrevistados se mostraram favoráveis ao aumento da alíquota do Imposto de Renda (IR) para os mais ricos, enquanto 35% se opuseram à ideia. Por outro lado, 75% dos participantes aprovaram a ampliação da faixa de isenção do IR, beneficiando um maior número de pessoas, enquanto 21% se mostraram contrários.
Em suma, a pesquisa Quaest oferece um panorama abrangente das opiniões dos brasileiros sobre temas relevantes para o país, como o discurso de classes, a avaliação do governo Lula e as políticas econômicas. Os dados coletados revelam a complexidade e a diversidade de perspectivas presentes na sociedade brasileira.
