O Anuário de Segurança de 2024 revela um ranking alarmante das cidades e estados mais violentos do Brasil, liderado por Maranguape (CE) e Amapá, respectivamente. O estudo aponta para a relação entre a violência e as disputas entre facções criminosas, e destaca a necessidade de investimentos em segurança pública e políticas de prevenção.
Um estudo recente, divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), lança luz sobre as áreas mais críticas do Brasil em termos de violência. O Anuário de Segurança de 2024 revela um cenário preocupante, com disparidades significativas entre diferentes regiões e estados. No topo da lista das cidades mais violentas, destaca-se Maranguape, no Ceará, com uma taxa alarmante de aproximadamente 80 mortes violentas intencionais por 100 mil habitantes. Este número alarmante coloca a cidade em uma posição crítica no contexto nacional, demandando atenção imediata e estratégias eficazes de combate à criminalidade. Logo em seguida, Jequié, na Bahia, figura como a segunda cidade mais violenta, registrando uma taxa de 77,6 mortes por 100 mil habitantes. A presença de outras cidades baianas, como Juazeiro e Camaçari, entre as mais violentas, indica um problema sistêmico no estado, que exige uma análise aprofundada das causas e a implementação de políticas públicas direcionadas.
Cabo de Santo Agostinho, em Pernambuco, também figura entre as cinco cidades mais violentas do país, confirmando a concentração de violência na região Nordeste. De acordo com o levantamento, 16 das 20 cidades mais violentas do Brasil estão localizadas nessa região, evidenciando a necessidade de investimentos e ações coordenadas para enfrentar o problema. A análise do FBSP aponta para uma correlação entre a violência e as disputas entre facções criminosas pelo controle do tráfico de drogas. Essa dinâmica complexa exige uma abordagem multifacetada, que envolva o fortalecimento das forças de segurança, a implementação de políticas sociais e a promoção de oportunidades para jovens em situação de vulnerabilidade.
O ranking elaborado pelo FBSP considera diversos indicadores, incluindo homicídios dolosos, latrocínios, lesões corporais seguidas de morte e mortes decorrentes de intervenção policial. Essa metodologia abrangente permite uma avaliação mais precisa da violência em cada município, auxiliando na identificação de áreas prioritárias para a ação governamental. No que diz respeito aos estados, o Amapá lidera o ranking dos mais violentos, com uma taxa de 45,1 mortes por 100 mil habitantes. Apesar de ocupar a primeira posição, o estado apresentou uma redução significativa na taxa em relação a 2023, demonstrando que é possível reverter o quadro de violência por meio de medidas eficazes.
Bahia e Ceará também figuram entre os estados mais violentos do país, com taxas de 40,6 e 37,5 mortes por 100 mil habitantes, respectivamente. A situação nesses estados reforça a necessidade de investimentos em segurança pública e de políticas de prevenção à violência, especialmente nas áreas mais vulneráveis. Em contrapartida, São Paulo se destaca como o estado com o menor índice de violência letal do país, com uma taxa de 8,2 mortes por 100 mil habitantes. Esse resultado positivo demonstra que é possível alcançar altos níveis de segurança pública por meio de uma gestão eficiente e de investimentos em inteligência policial.
O Anuário de Segurança de 2024 oferece um panorama completo da violência no Brasil, permitindo identificar as áreas mais críticas e as tendências em curso. Com base nessas informações, é possível direcionar os esforços e os recursos para as áreas que mais precisam, buscando construir um país mais seguro e justo para todos.