A Casa Branca reafirma que não haverá redução unilateral nas tarifas sobre produtos chineses, mantendo a pressão em meio a tensões comerciais persistentes e retaliatórias.
Créditos : G1
A administração dos Estados Unidos, por meio da secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, reafirmou sua posição em relação às tarifas impostas sobre produtos chineses. Em declarações recentes, Leavitt enfatizou que o governo americano não planeja implementar nenhuma redução unilateral nessas tarifas, mantendo a pressão econômica sobre Pequim.
Essa postura da Casa Branca surge em um contexto de tensões comerciais persistentes entre os dois gigantes econômicos. Documentos divulgados anteriormente pelo governo de Donald Trump revelam que as tarifas americanas sobre produtos chineses podem alcançar até 245%, resultado de uma série de ações retaliatórias que se intensificaram ao longo dos últimos anos.
A imposição dessas tarifas é justificada pelos Estados Unidos com base em uma investigação da Seção 301, que aponta para a existência de ‘práticas desleais’ por parte da China em áreas cruciais como transferência de tecnologia, proteção da propriedade intelectual e fomento à inovação. Setores estratégicos para o desenvolvimento chinês, como tecnologia da informação, fabricação de máquinas automatizadas e robótica, veículos de nova energia, equipamentos de aviação e exploração espacial, estão no centro das disputas comerciais.
Em resposta às tarifas impostas pelos EUA, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Lin Jian, manifestou preocupação e criticou as medidas protecionistas adotadas por Washington. A China argumenta que as tarifas prejudicam o comércio global e a recuperação econômica, defendendo a necessidade de diálogo e cooperação para resolver as divergências.
A complexidade da situação se aprofunda com o histórico de medidas tarifárias adotadas por ambos os países. Em abril, o governo americano implementou uma tarifa de 10% sobre produtos de mais de 180 países, além de estabelecer tarifas recíprocas individualizadas para aqueles com os quais os EUA possuem os maiores déficits comerciais. Essas taxas chegaram a atingir até 50%. Após a implementação dessas medidas, a Casa Branca alega que mais de 75 países buscaram os Estados Unidos para discutir novos acordos comerciais e buscar a redução das tarifas. Diante desse cenário, o governo americano anunciou uma ‘pausa’ nas tarifas recíprocas individualizadas, mantendo apenas a taxa de 10% sobre todos os países por um período de 90 dias, com o objetivo de facilitar as negociações.
A China, no entanto, não aderiu às negociações e retaliou os Estados Unidos, elevando as alíquotas das tarifas cobradas sobre as importações americanas. Essa escalada na guerra tarifária teve um ponto crítico em abril, quando o governo americano detalhou as tarifas recíprocas, variando de 10% a 50%, sobre produtos de mais de 180 países. A ausência de um acordo entre os dois países levou os Estados Unidos a impor uma taxa de 145% sobre produtos importados da China, enquanto os chineses responderam com taxas de 125% sobre itens americanos. Além disso, a China adotou outras medidas, como a ordem para que companhias aéreas não adquirissem mais aeronaves da empresa americana Boeing, demonstrando a amplitude das disputas comerciais.
Em um movimento recente, o governo americano isentou smartphones, laptops e outros eletrônicos das tarifas recíprocas, conforme divulgado pela Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA. Essa decisão exclui esses produtos das tarifas de 145% impostas à China, principal polo de produção de eletrônicos como o iPhone, e da alíquota de 10% aplicada à maioria dos outros países. No entanto, a situação permanece incerta, com o governo americano indicando que está analisando a possibilidade de aplicar uma nova categoria de tarifas sobre a cadeia de eletrônicos. A complexidade das relações comerciais entre os Estados Unidos e a China exige acompanhamento constante e análise aprofundada para compreender os impactos nas economias globais.
As informações contidas nesta reportagem são baseadas em dados da agência Reuters e refletem o cenário atual das tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China.