Casa Branca sedia encontro crucial entre Trump, Zelensky e líderes europeus para debater conflito na Ucrânia

Encontro crucial na Casa Branca reúne Trump, Zelensky e líderes europeus para discutir a guerra na Ucrânia. A reunião visa encontrar soluções diplomáticas e garantir a segurança da região em meio à crescente tensão com a Rússia.

Encontro entre líderes na Casa Branca
Créditos: G1

Em um momento crítico para as relações internacionais e a segurança europeia, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, hospeda hoje, na Casa Branca, um encontro de alta importância que reunirá o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e sete líderes europeus de peso. O objetivo central da reunião é discutir a escalada do conflito na Ucrânia e buscar caminhos para uma resolução diplomática. De acordo com a agenda oficial divulgada pela Casa Branca, o dia será marcado por intensas negociações. Trump iniciará as discussões com uma reunião bilateral a portas fechadas com Zelensky, no Salão Oval. Este encontro preliminar, agendado para as 13h15, horário local (14h15 em Brasília), servirá para alinhar as posições e traçar estratégias conjuntas antes do encontro ampliado com os demais líderes europeus.

Posteriormente, às 15h, horário local (16h em Brasília), Trump, Zelensky e os demais líderes se reunirão na Sala Leste da Casa Branca. A expectativa é que o encontro reúna as principais vozes da União Europeia em um gesto de apoio a Kiev. Entre os presentes, destacam-se o presidente francês, Emmanuel Macron, o líder do Reino Unido, Keir Starmer, o chanceler alemão, Friedrich Merz, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, o secretário-geral da Otan, Mark Rutte, a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, e o presidente finlandês, Alexander Stubb. Fontes diplomáticas revelaram que a presença de líderes como Meloni, Stubb e Rutte foi estrategicamente planejada para suavizar potenciais críticas ou ataques verbais de Trump a Zelensky, buscando manter um ambiente construtivo e focado na busca por soluções.

O encontro simboliza o esforço conjunto da Ucrânia e da União Europeia em obter garantias de segurança concretas diante da persistente ofensiva russa, que se iniciou em fevereiro de 2022. Zelensky tem reiterado sua firme posição de não ceder território ucraniano e defende que qualquer acordo de paz deve incluir garantias internacionais robustas, semelhantes às previstas no Artigo 5 da Otan, que estabelece a defesa coletiva em caso de ataque. Paralelamente, Trump declarou ter havido “grandes progressos” em suas conversas com o presidente russo, Vladimir Putin, durante um encontro no Alasca. Segundo Steve Witkoff, enviado especial da Casa Branca, Putin teria manifestado abertura para discutir garantias de segurança no modelo da Otan, o que foi descrito como um avanço significativo, embora os detalhes específicos não tenham sido divulgados.

Um rascunho de uma proposta de Putin para encerrar o conflito começou a circular entre diplomatas. O plano incluiria a retirada parcial de tropas russas do norte da Ucrânia, mas exigiria contrapartidas consideradas inaceitáveis por Kiev, como o reconhecimento da anexação da Crimeia, a manutenção do controle russo sobre grande parte do Donbas, a promessa de que a Ucrânia não aderirá à Otan e o alívio das sanções internacionais impostas a Moscou. Diplomatas ressaltam que o documento não se trata de um acordo formal, mas sim de uma tentativa russa de consolidar os ganhos militares e políticos obtidos desde 2022. Para Zelensky, qualquer concessão nesse sentido representaria uma renúncia à soberania ucraniana.

Este é o segundo encontro presencial entre Trump e Zelensky desde o início da guerra. O primeiro, em fevereiro, terminou abruptamente após Trump adotar um tom considerado ríspido e repreender o ucraniano diante das câmeras, chamando-o de “ingrato”. A reunião em Washington é vista como um teste para avaliar o nível de apoio de Trump a Kiev e sua abordagem em relação às demandas de Moscou. O encontro também é interpretado como uma tentativa europeia de influenciar Trump após a cúpula realizada no Alasca, onde Putin teria conseguido convencê-lo a abandonar a exigência de um cessar-fogo imediato e reforçar demandas como a anexação de territórios, o desarmamento ucraniano e a retirada de sanções.

Segundo o New York Times, Trump e Putin chegaram a discutir a cessão completa de Donetsk e Lugansk à Rússia, incluindo áreas não ocupadas militarmente. Zelensky admitiu estar disposto a negociar sobre as terras já controladas por tropas russas. Analistas sugerem que, se a reunião desta segunda-feira avançar, Trump pretende organizar uma “cúpula tripartite” com Ucrânia e Rússia já nesta sexta-feira (22). Putin teria prometido participar, mas somente se Kiev aceitar renunciar a determinados territórios previamente. Apesar disso, Putin continua a questionar a legitimidade de Zelensky, o que levanta dúvidas sobre sua disposição em dividir a mesa de negociações com o líder ucraniano ou se continuará a ganhar tempo para consolidar seus avanços militares.

Com informações da Deutsche Welle.

Inscrever-se
Notificar de
guest
0 Comentários
Mais votado
mais recentes mais antigos
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários

Seja um reporter BRConnect

weather icon

0
Adoraria saber sua opinião, comente.x