China Desafia EUA na ONU Enquanto Tensões Comerciais Aumentam e Consumidores Americanos se Preparam

China convoca reunião na ONU para criticar tarifas dos EUA, enquanto tensões comerciais globais aumentam e consumidores americanos se preparam para possíveis aumentos de preços em produtos importados.

Reunião na ONU
Créditos: G1

Em um movimento diplomático audacioso, a China convocou uma reunião informal do Conselho de Segurança da ONU, agendada para a próxima quarta-feira (23), direcionando críticas contundentes ao governo dos Estados Unidos. A iniciativa, comunicada formalmente a todos os 193 Estados-membros das Nações Unidas, expõe as crescentes tensões entre as duas potências globais no cenário internacional. A carta enviada pela China acusa os Estados Unidos de adotar uma postura de intimidação e de comprometer os esforços globais em prol da paz e do desenvolvimento. A utilização de tarifas como instrumento de pressão econômica é central na argumentação chinesa, que vê nessa prática uma ameaça à estabilidade e ao multilateralismo.

Fontes da agência Reuters reportaram que a missão dos EUA na ONU foi notificada sobre a reunião planejada pela China, encaminhando o pedido de comentários ao Departamento de Estado. Até o momento, não houve resposta oficial por parte do governo americano.

Paralelamente, a Agência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (UNCTAD) divulgou um alerta sobre a possível desaceleração do crescimento econômico global, projetando uma taxa de 2,3%. A intensificação das tensões comerciais e a crescente incerteza são apontadas como fatores determinantes para essa tendência recessiva, com impactos potenciais em diversas economias ao redor do mundo.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Li Jian, reforçou a necessidade de os Estados Unidos abandonarem a política de “pressão máxima”, renunciando a ameaças e chantagens como pré-condição para um diálogo construtivo. A declaração precede o anúncio da Casa Branca sobre a imposição de tarifas de até 245% sobre produtos chineses, em resposta às supostas ações retaliatórias da China. Karoline Leavitt, porta-voz da Casa Branca, declarou que o presidente Donald Trump não considera imprescindível um acordo comercial com a China no que se refere às tarifas. A responsabilidade pelas negociações sobre tarifas recíprocas recai, segundo ela, sobre o governo chinês. Essa postura intransigente acentua a divergência entre os dois países e dificulta a busca por soluções consensuais.

Em resposta às declarações da Casa Branca, o porta-voz chinês reiterou que a guerra tarifária foi iniciada pelos Estados Unidos, buscando eximir a China da responsabilidade pelo conflito comercial. A escalada de medidas protecionistas e a retaliação mútua têm gerado preocupação em diversos setores da economia global.

O conflito comercial teve início com o anúncio de Donald Trump sobre a imposição de tarifas sobre produtos chineses e de outros países. Embora as tarifas tenham sido temporariamente reduzidas para permitir negociações, os Estados Unidos mantiveram e ampliaram as taxas sobre os produtos da China, intensificando a disputa. Atualmente, as tarifas aplicadas pelos EUA a produtos chineses atingem até 245%, com exceção de produtos eletrônicos como smartphones e laptops. A China, por sua vez, está taxando em 125% os produtos americanos, estabelecendo um cenário de retaliação mútua que prejudica o comércio bilateral e a economia global. Paralelamente, relatos indicam que consumidores americanos estão aumentando seus estoques de produtos importados, especialmente aqueles provenientes de plataformas como a Shein, antecipando possíveis aumentos de preços decorrentes das tarifas.

Impactos e Perspectivas: A escalada da tensão comercial entre China e Estados Unidos gera incertezas e impactos em diversos setores. A imposição de tarifas afeta o comércio bilateral, aumenta os custos para empresas e consumidores, e pode levar a uma desaceleração do crescimento econômico global. A reunião convocada pela China na ONU representa uma tentativa de buscar apoio internacional e pressionar os Estados Unidos a adotarem uma postura mais flexível nas negociações. O desfecho desse conflito comercial terá consequências significativas para a economia global e para a geopolítica internacional.

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