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Créditos: G1
A recente aparição do CEO da Tesla, Elon Musk, ao lado do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e de um Tesla Model S na Casa Branca, marca um ponto de inflexão nas complexas relações entre política, negócios e a imagem da marca Tesla. O endosso público de Trump surge em meio a um turbilhão de críticas e controvérsias relacionadas ao crescente envolvimento de Musk na política americana e internacional.
O aumento do escrutínio sobre as atividades políticas de Musk, incluindo o apoio a partidos de extrema direita na Europa, coincidiu com uma queda significativa no valor das ações da Tesla. Protestos, boicotes de consumidores e até atos de sabotagem direcionados à infraestrutura da Tesla parecem ter impactado a confiança dos investidores e a percepção pública da marca.
Na Alemanha, por exemplo, onde Musk utilizou sua plataforma na rede social X para manifestar apoio ao partido Alternativa para a Alemanha (AfD), as vendas da Tesla despencaram 76% em fevereiro, contrastando com o aumento geral nas vendas de veículos elétricos no país. Tendências similares foram observadas na França e na Austrália, indicando uma possível correlação entre a postura política de Musk e o desempenho comercial da Tesla.
Nos Estados Unidos, a Califórnia, um dos principais mercados para veículos elétricos, também registrou uma queda nas vendas da Tesla pelo quinto trimestre consecutivo. Consumidores expressam seu descontentamento por meio de adesivos em seus veículos, demonstrando oposição à orientação política de Musk.
Analistas de mercado e acadêmicos apontam que a Tesla, antes associada a preocupações ambientais e a um público de inclinação política mais à esquerda, enfrenta agora o desafio de conciliar a imagem da marca com o apoio de Musk a figuras políticas controversas. A rivalidade acirrada entre fabricantes de veículos elétricos intensificou a pressão sobre a Tesla, resultando em uma significativa venda de ações da empresa.
A perda de US$ 144 bilhões no patrimônio de Musk nos últimos três meses reflete o ceticismo em relação às promessas de direção autônoma da Tesla e o impacto de sua postura política nos negócios da empresa. O envolvimento de Musk como assessor de Trump no Departamento de Eficiência Governamental (Doge) também gerou controvérsia, com críticas sobre a falta de supervisão adequada e o cancelamento de contratos que financiam programas humanitários.
Especialistas como Don Moynihan, da Universidade de Michigan, expressam preocupação com o acesso de Musk a dados confidenciais do governo sem monitoramento adequado. A vasta gama de empresas de Musk, incluindo a SpaceX, Neuralink, xAI e The Boring Company, levanta questões sobre possíveis conflitos de interesse, especialmente considerando os contratos governamentais e as investigações que suas empresas enfrentaram.
Investidores e analistas, como Brad Lander e Dan Ives, sugerem que Musk deveria reconsiderar seu papel como CEO da Tesla e abandonar seu compromisso com o governo Trump para proteger os interesses da empresa. Uma pesquisa recente do Morgan Stanley revelou que a maioria dos investidores acredita que o envolvimento de Musk na política teve um impacto negativo nos negócios da Tesla.
Apesar das dificuldades, Musk parece reafirmar seu apoio a Trump, planejando investir US$ 100 milhões em grupos pró-Trump. O futuro da Tesla e o império de Elon Musk permanecem incertos, com a necessidade de equilibrar seus múltiplos compromissos e restaurar a confiança dos investidores e consumidores.