A Electronic Arts (EA) anunciou que não planeja aumentar os preços de seus jogos, contrastando com a Nintendo e Microsoft. A decisão reflete um foco em valor e qualidade, impulsionado por jogos com modelo de serviço contínuo. A EA também reestrutura, demitindo funcionários e cancelando um jogo de Titanfall.
Créditos : Adrenaline
A Electronic Arts (EA) anunciou que, ao menos no futuro próximo, não pretende seguir a tendência de aumento nos preços de seus jogos. A decisão foi comunicada pelo CEO da empresa, Andrew Wilson, durante uma conferência de resultados financeiros, em resposta a questionamentos sobre se a EA adotaria a mesma postura de outras gigantes do setor, como Nintendo e Microsoft, que recentemente anunciaram reajustes em seus preços. Wilson argumentou que o panorama atual da indústria de jogos é significativamente diferente do que era há dez anos. Ele destacou que a venda de jogos físicos representa uma parcela menor do negócio, com uma crescente importância das experiências free-to-play e das edições deluxe. A prioridade da EA, segundo o CEO, é oferecer qualidade e valor aos jogadores, independentemente do preço final do produto.
“Nosso negócio continua forte e resiliente quando conseguimos unir qualidade com valor”, afirmou Wilson, enfatizando a importância de manter a satisfação dos jogadores como um pilar central da estratégia da empresa. O CFO da EA, Stuart Canfield, corroborou a declaração de Wilson, assegurando que não há planos de alterar a estratégia de preços atual. A estabilidade financeira da empresa, demonstrada pelos números recentes, reforça essa decisão. No último ano fiscal, a EA registrou US$ 7,355 bilhões em reservas líquidas, mantendo-se no mesmo patamar dos dois anos anteriores (US$ 7,43 bilhões em 2024 e US$ 7,34 bilhões em 2023).
O relatório financeiro da EA revelou que os jogos com modelo de serviço contínuo são os principais responsáveis pelo bom desempenho da empresa, representando 73% das reservas líquidas no último período. A franquia de futebol americano da EA, por exemplo, superou as expectativas e ultrapassou a marca de US$ 1 bilhão em reservas, garantindo ao selo EA Sports o melhor desempenho anual de sua história.
Além do sucesso da franquia de futebol americano, outras marcas da EA também contribuíram para os resultados positivos. A franquia The Sims apresentou um crescimento de dois dígitos no último trimestre, e o jogo Split Fiction, lançado em março, já vendeu 4 milhões de unidades. A EA também planeja revelar Battlefield, seu próximo grande lançamento, ainda neste semestre, o que gera grande expectativa entre os fãs da série.
Enquanto a EA opta por manter seus preços estáveis, outras empresas do setor adotam estratégias diferentes. A Nintendo, por exemplo, enfrentou críticas ao anunciar que Mario Kart World no Switch 2 será vendido por US$ 80. A Microsoft também informou que alguns de seus títulos de grande porte terão um aumento de preço até o final do ano. Essa divergência de estratégias demonstra a complexidade do mercado de jogos e as diferentes abordagens adotadas pelas empresas para enfrentar os desafios do setor.
A EA também anunciou uma reestruturação interna que resultou na demissão de cerca de 300 a 400 funcionários e no cancelamento de um jogo ambientado no universo de Titanfall. Essa decisão, embora difícil, faz parte de um esforço para otimizar os recursos da empresa e focar em projetos com maior potencial de retorno.
