Créditos: G1
O mundo acompanha com pesar o anúncio do falecimento do Papa Francisco, ocorrido nesta segunda-feira (21). Jorge Mario Bergoglio, figura central da Igreja Católica, deixa um legado marcado por reformas e um carisma que o conectou a fiéis em todo o globo. Segundo informações oficiais do Vaticano, a causa da morte foi um Acidente Vascular Cerebral (AVC), que desencadeou uma série de complicações de saúde. O anúncio foi feito através do tradicional toque dos sinos da Basílica de São Pedro, um dos muitos ritos que marcam a transição na liderança da Igreja.
Com a morte do pontífice, inicia-se um período de cerimônias e eventos protocolares, culminando no Conclave, onde cardeais de todo o mundo se reunirão para eleger o sucessor de Francisco. A Igreja Católica se prepara para este momento crucial, que definirá os rumos da instituição nos próximos anos.
Jorge Mario Bergoglio faleceu aos 88 anos, em sua residência de Santa Marta, no Vaticano, onde vivia desde sua eleição em 2013. A certidão de óbito detalha que o AVC sofrido levou a um quadro de coma e, posteriormente, a um colapso cardiocirculatório irreversível. Complicações preexistentes, como insuficiência respiratória aguda causada por pneumonia, bronquiectasias múltiplas, hipertensão e diabetes tipo II, agravaram a situação.
O Papa Francisco já havia enfrentado problemas de saúde anteriores, incluindo uma internação no início de fevereiro devido a dificuldades respiratórias e outra em meados de fevereiro para tratar uma bronquite. Apesar dos problemas de saúde, ele manteve-se ativo, participando de atividades religiosas mesmo durante a hospitalização.
O funeral do Papa Francisco seguirá a ‘Ordem das Exéquias do Sumo Pontífice’, um ritual detalhadamente definido que inclui a Missa de sufrágio, celebrada para interceder pela alma do falecido. O corpo de Bergoglio passará por ritos de confirmação da morte, incluindo a verificação pelo camerlengo, que chama o Papa pelo nome três vezes. O ‘Anel do Pescador’ será retirado e destruído, e o quarto papal será selado.
O corpo será então colocado em um caixão de madeira revestido de zinco e levado para a Basílica de São Pedro, onde será velado. Diferentemente da tradição, Francisco manifestou o desejo de ser sepultado na Basílica de Santa Maria Maggiore, em Roma, em vez da Basílica de São Pedro. Este pedido quebra uma tradição secular, sendo a última vez que um Papa foi enterrado fora da Basílica de São Pedro em 1903, com o Papa Leão XIII. Além do funeral, serão realizadas missas por nove dias consecutivos, os chamados ‘novendiales’, um período de luto e oração dedicado à alma do Papa.
Jorge Mario Bergoglio liderou a Igreja Católica por 12 anos, sendo reconhecido por seu carisma e pelas reformas que implementou. Nascido em Buenos Aires, ele fez história ao ser o primeiro Papa latino-americano, o primeiro pontífice da era moderna a assumir o papado após a renúncia de seu antecessor e o primeiro jesuíta a ocupar o cargo.
A escolha do novo líder da Igreja Católica ocorrerá entre 15 e 20 dias após a morte do Papa. O Vaticano convocará o Colégio dos Cardeais, composto por religiosos de todo o mundo. Dentre eles, os cardeais com menos de 80 anos participarão do Conclave, onde elegerão o novo Papa. Durante o Conclave, os cardeais permanecerão isolados no Vaticano, em uma área conhecida como ‘zona de Conclave’, e farão um juramento de segredo absoluto sobre o processo. As votações ocorrerão na Capela Sistina, e para ser eleito, um cardeal precisa receber dois terços dos votos. Após a eleição, o novo Papa escolherá um nome e vestirá as vestes papais na ‘Sala das Lágrimas’.
Após a morte do Papa, a administração do Vaticano é confiada ao camerlengo, que é responsável pelos bens e pelo Tesouro do Vaticano. O Colégio dos Cardeais discute assuntos comuns ou urgentes da Igreja, mas não pode fazer mudanças profundas na estrutura da Igreja. A duração do Conclave pode variar, e não é possível prever quando a Igreja Católica anunciará seu novo líder. Tradicionalmente, o novo Papa é apresentado à multidão na Praça de São Pedro, no Vaticano, com a famosa frase ‘Habemus Papam’.
Oficialmente, não há requisitos básicos para que uma pessoa seja eleita Papa, mas na prática, o eleito sempre tem sido do Colégio de Cardeais. O conclave deve começar entre 15 e 20 dias após a morte do Papa, e desta vez, 135 cardeais estão aptos a participar da eleição. Entre os principais candidatos ao papado está o brasileiro Sérgio da Rocha, arcebispo metropolitano da Bahia, um apoiador das reformas de Francisco e comprometido com o combate à homofobia e a inclusão de casais gays na Igreja.