O Anuário de Segurança Pública revela que os furtos de celulares atingem o pico aos sábados no Brasil, com horários de maior incidência pela manhã e à noite. Apesar da queda nos registros de roubos e furtos, os números ainda são elevados, com destaque para as cidades de São Luís, Belém e São Paulo. A recuperação dos aparelhos permanece um desafio, com poucos casos resolvidos.
Créditos: G1
Um levantamento recente do Anuário de Segurança Pública, divulgado nesta quinta-feira, revela um padrão preocupante nos crimes de furto de celulares em território nacional. Os dados de 2024 indicam que o sábado se destaca como o dia da semana com a maior incidência desses delitos, concentrando-se principalmente em dois horários críticos: às 10h da manhã e no período entre 18h e 20h. O estudo, que acompanha anualmente os registros criminais das secretarias de segurança pública dos 26 estados e do Distrito Federal desde 2011, oferece um panorama detalhado sobre a criminalidade no país. Embora os registros de roubos e furtos de celulares tenham apresentado uma queda de 13% em 2024, o número total ainda é alarmante, superando os 917 mil casos.
De acordo com o Anuário, os sábados respondem por 18% dos furtos de celulares, seguidos pelos domingos, com 16%. Essa concentração nos finais de semana representa 34% de todos os registros desse tipo de crime no Brasil. A análise demográfica das vítimas revela uma divisão igualitária entre homens e mulheres, com 50% cada. Além disso, a faixa etária de 20 a 39 anos é a mais afetada, correspondendo a 46% dos casos.
Em contrapartida, os roubos de celulares, caracterizados pelo uso de ameaça ou violência contra a vítima, apresentam um padrão diferente. Esses crimes tendem a ocorrer com maior frequência durante os dias úteis, de segunda a sexta-feira, com uma diminuição nos finais de semana. Quanto aos horários, os roubos de celulares se concentram principalmente no período noturno, com 41% dos registros ocorrendo entre 18h e 23h. Uma parcela significativa desses crimes, cerca de oito em cada dez, acontece em vias públicas.
A análise de gênero nos roubos de celulares mostra que os homens são mais frequentemente alvos desses crimes, representando 59% das vítimas, em comparação com 41% das mulheres. A faixa etária de 20 a 39 anos também se destaca nesse tipo de delito, concentrando 52% das vítimas.
No que se refere à distribuição geográfica, as cidades com as maiores taxas de subtração de celulares são São Luís (MA), com 1.600 aparelhos levados a cada 100 mil habitantes; Belém (PA), com 1.452; e São Paulo (SP), com 1.425 casos a cada 100 mil pessoas. Esses números evidenciam a disparidade na incidência desse tipo de crime entre diferentes regiões do país.
O estudo também revela que apenas uma pequena parcela dos celulares subtraídos é recuperada pelas autoridades policiais. Apenas 8% de todos os crimes resultam na recuperação do aparelho e sua devolução ao proprietário. Para tentar mitigar este problema, alguns estados estão tomando providências.
Diante desse cenário, o Anuário de Segurança Pública destaca a necessidade de priorizar a recuperação de celulares e a devolução aos proprietários. O estudo aponta que a oscilação nesse indicador sugere limitações na capacidade de processamento e investigação desses casos pelo poder público, e defende que essa questão seja tratada como uma prioridade na agenda das autoridades competentes.
Estados com programas de recuperação: AL, BA, CE, MA, PB, PE, SE, PI, ES, MG, PA, AM e DF. Estados sem programas de recuperação: AP, GO, RN, RS, RO, RR, SC e TO. Estados com iniciativas isoladas: MT, MS, SP, AC, PR e RJ.