Leila Pereira tem papel crucial na unificação ou divisão das ligas de futebol no Brasil. Sua decisão impactará o futuro do esporte nacional.
Após o revés do Palmeiras no Mundial de Clubes contra o Chelsea, Leila Pereira retorna ao Brasil assumindo um papel central no futuro do futebol nacional. Sua atuação será fundamental para a consolidação de uma liga unificada, congregando a Libra e a Liga Forte União, ou, alternativamente, para a perpetuação das divisões que têm prejudicado o desenvolvimento do esporte no país.
Nas últimas três semanas, enquanto esteve nos Estados Unidos, as duas ligas delinearam um memorando de entendimento com o objetivo de formalizar uma colaboração. A princípio, apenas o Flamengo manifestou sua ausência na criação da liga única, permitindo que 39 clubes conduzissem o processo com vistas à organização do Campeonato Brasileiro, possivelmente a partir de 2027.
Segundo informações de dirigentes de ambos os lados, Leila Pereira foi convidada a assinar o memorando durante sua estadia nos Estados Unidos, contudo, justificou sua recusa alegando que o momento exigia total concentração no Mundial. Essa atitude gerou desconfiança entre presidentes de clubes, tanto da Libra quanto da Liga Forte, que questionam se Leila estaria priorizando os interesses da CBF.
Na eleição de Samir Xaud para a presidência da CBF, o Palmeiras foi o primeiro clube a indicar que não se oporia à chapa apoiada por presidentes de federações. Diferentemente de representantes de Vasco e Botafogo, Leila não participou da reunião com os demais presidentes de clubes, o que intensificou as especulações sobre sua postura.
A criação de uma liga unificada é vista como um passo crucial para reduzir a disparidade entre o futebol brasileiro e o europeu. A experiência da Inglaterra, que priorizou a gestão econômica em detrimento da política, transformando seu campeonato no mais relevante do mundo, serve como exemplo a ser seguido.
No início da Premier League, era comum a exportação de jogadores ingleses para outros países. No entanto, em poucos anos, a situação se inverteu, com o Chelsea contratando o italiano Gianfranco Zola, um marco que evidenciou a mudança de patamar do futebol inglês.
Embora o Brasil continue sendo um exportador de talentos, é imperativo diminuir o abismo econômico e aumentar a visibilidade dos clubes brasileiros em mercados como Europa, Estados Unidos e Ásia. Isso permitiria que jogadores talentosos permanecessem mais tempo no país, atraídos pela perspectiva de disputar torneios de alto nível.
Conforme defendido por Leila Pereira, a união dos clubes e a criação da Liga são o ponto de partida para essa transformação. É preciso plantar uma árvore, fortalecer suas raízes e tronco, para que todos os galhos sejam saudáveis e exuberantes. A partir de agora, Leila Pereira terá a oportunidade de conduzir o Brasil a olhar para a árvore como um todo, em vez de se concentrar apenas em seu próprio galho.
Em resumo, a presidente do Palmeiras, Leila Pereira, encontra-se em uma encruzilhada crucial para o futuro do futebol brasileiro. Sua decisão de apoiar a unificação das ligas ou perpetuar a divisão existente terá um impacto duradouro no esporte nacional. A expectativa é que ela priorize o bem-estar do futebol brasileiro como um todo, em vez de ceder a interesses particulares.