
Diogo Silva, coordenador de Esporte de Base da Secretaria Nacional de Excelência Esportiva, vinculado ao Ministério do Esporte, e também medalhista de ouro no taekwondo nos Jogos Pan-Americanos de 2007, expressa a urgência de o governo brasileiro intensificar as medidas de combate ao racismo no cenário esportivo. Suas declarações vêm à tona após um incidente recente envolvendo Luighi, jogador do Palmeiras, que foi alvo de manifestações racistas durante uma partida contra o Cerro Porteño na Libertadores Sub-20.
Silva enfatiza a natureza sistêmica do racismo, argumentando que não se trata de um caso isolado, mas sim de uma questão de Estado que demanda uma resposta coordenada e enérgica do governo. Ele aponta para a necessidade de uma ação conjunta entre diversos ministérios para enfrentar o problema de forma eficaz. O atleta relata o caso de Luighi, que foi cuspido e insultado com termos racistas, como “macaco”.
O ex-atleta também menciona a criação de um programa de combate ao racismo no esporte, fruto da colaboração entre o Ministério do Esporte e o Ministério da Igualdade Racial. Ele recorda o caso de Ygor Coelho, impedido de entrar no México para uma competição de badminton, mas destaca que o futebol concentra o maior número de casos de racismo. Silva ressalta que a visibilidade e a popularidade do futebol contribuem para a maior exposição dos casos de racismo, como os envolvendo Vinícius Júnior e o jogador do Palmeiras. Ele compara a repercussão do caso de Ygor Coelho, do badminton, com a dos jogadores de futebol, evidenciando a disparidade na atenção dada aos casos.
Além de abordar a questão do racismo, Diogo Silva celebra o momento positivo do taekwondo brasileiro, impulsionado pela conquista da medalha de bronze por Edival Pontes “Netinho” em Paris-2024 e pelos cinco pódios nos Jogos Pan-Americanos de Santiago-2023. Ele destaca a importância da organização e profissionalização da modalidade para o alcance de resultados expressivos.
“O taekwondo está em um bom momento. Acho que inicia um processo, o que foi o marco da minha geração, os primeiros títulos que nós conquistamos, as primeiras portas abertas, os primeiros Jogos Olímpicos. E, depois, um novo grupo que veio com uma instituição mais organizada. Acho que isso foi o grande marco para o taekwondo, uma instituição mais profissional, entendendo um pouco mais de gestão, entendendo quais são os caminhos que de fato levam às vitórias”, conclui Diogo Silva, expressando otimismo em relação ao futuro do esporte.