O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) denunciou Maicol Santos por envolvimento na morte de Vitória Sousa, incluindo sequestro, feminicídio e ocultação de cadáver. A Promotoria solicitou a conversão da prisão temporária para preventiva e pediu uma nova investigação para apurar se houve ajuda na ocultação do corpo, após a perícia encontrar material genético de um homem não identificado no carro de Maicol. A vítima foi morta após sair do trabalho, e o corpo foi encontrado com sinais de violência. Maicol confessou o crime, mas sua defesa alega que ele foi coagido a confessar e nega o assassinato, não comparecendo à reconstituição. Laudos periciais confirmaram que o sangue encontrado no carro e na casa de Maicol era de Vitória, e a polícia aguarda o laudo da reconstituição para concluir o caso.
Créditos: G1
O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) formalizou, nesta terça-feira, a denúncia contra Maicol Santos, principal suspeito na morte de Vitória Sousa, acusando-o de sequestro, feminicídio, ocultação de cadáver e fraude processual. A denúncia detalha a gravidade dos crimes imputados a Santos, buscando responsabilizá-lo integralmente pela morte da jovem.
Adicionalmente, o MP-SP solicitou a conversão da prisão temporária de Maicol Santos em preventiva, garantindo que ele permaneça sob custódia durante o processo judicial. A medida visa assegurar a ordem pública e evitar qualquer tentativa de fuga ou obstrução da justiça. Caso seja condenado, Maicol Santos poderá enfrentar uma pena de até 50 anos de reclusão, refletindo a severidade dos crimes cometidos.
O promotor de Justiça Jandir Moura Torres Neto, responsável pelo caso, concluiu que Maicol Santos agiu sozinho ao assassinar Vitória Sousa, de 17 anos, em 27 de fevereiro, na cidade de Cajamar, região metropolitana de São Paulo. No entanto, o promotor determinou a abertura de um novo inquérito policial para investigar a possível participação de outras pessoas na ocultação do corpo da vítima, buscando esclarecer se Maicol Santos contou com auxílio para encobrir o crime. Durante a investigação, a perícia da Polícia Técnico-Científica identificou material genético de um homem ainda não identificado no interior do veículo de Maicol Santos. A delegacia de Cajamar está encarregada de apurar se essa pessoa teve algum envolvimento na ocultação do corpo de Vitória Sousa, buscando identificar e responsabilizar todos os participantes do crime.
O promotor Jandir Moura Torres Neto esclareceu que a nova investigação se concentra exclusivamente na ocultação do cadáver, buscando determinar se Maicol Santos recebeu ajuda para esconder o corpo de Vitória. Essa diligência adicional visa garantir que todos os aspectos do crime sejam minuciosamente apurados e que eventuais cúmplices sejam identificados e responsabilizados. Vitória Sousa foi morta após deixar o shopping onde trabalhava em Cajamar, no dia 26 de fevereiro. De acordo com a investigação, ela foi abordada pelo assassino após descer no ponto de ônibus a caminho de casa. Seu corpo foi encontrado em 5 de março, em uma área de mata fechada na região, apresentando sinais de violência, como cortes de faca. A acusação sustenta que Maicol Santos cometeu o crime após abordar a vítima com seu carro e discutir com ela.
Os crimes pelos quais Maicol Santos foi denunciado incluem: Sequestro, Feminicídio, Ocultação de cadáver e Fraude processual. Maicol Santos, que reside no mesmo bairro que a vítima, está sob custódia da Polícia Civil desde 8 de março. A prisão temporária do acusado tem prazo para expirar no início de maio. Ele tem 26 anos e, em um vídeo gravado na delegacia, confessou o crime, alegando ter agido sozinho. Maicol Santos relatou que manteve um relacionamento com Vitória Sousa há cerca de um ano, e que a jovem o ameaçava revelar o caso para sua esposa.
A defesa de Maicol Santos contesta a validade da confissão, argumentando que não estava presente durante o interrogatório. No entanto, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) afirma que o depoimento foi legal, pois uma advogada, que não representava o acusado, acompanhou a confissão. Os advogados de Maicol Santos gravaram um áudio no qual o preso acusa policiais de tê-lo ameaçado e coagido a confessar o crime. A defesa estuda a possibilidade de utilizar o áudio para solicitar a anulação da confissão.
Os advogados de defesa insistem na inocência de Maicol Santos e negam que ele tenha assassinado Vitória Sousa. Por esse motivo, a defesa informou que Maicol Santos não comparecerá à reconstituição do crime. Na semana anterior, laudos periciais do Instituto Médico Legal (IML) confirmaram, por meio de exames de DNA, que o sangue encontrado no carro e na casa de Maicol Santos era de Vitória Sousa. Durante a confissão, o suspeito havia admitido ter dado carona à vítima e a esfaqueado após uma discussão.
A Polícia Civil aguarda o resultado do laudo pericial da reconstituição do caso Vitória, realizada em 24 de abril em Cajamar. A reprodução simulada, conduzida pela Superintendência da Polícia Técnico-Científica, ocorreu no ponto de ônibus onde Vitória foi vista pela última vez, na casa de Maicol Santos e na área de mata onde o corpo foi encontrado. A perícia tentou reproduzir os eventos com base nas informações fornecidas por Maicol Santos em sua confissão, nos depoimentos de testemunhas e nas imagens de câmeras de segurança. Maicol Santos alegou que, após o crime, ficou desesperado e decidiu enterrar o corpo de Vitória na zona rural de Cajamar. A investigação aponta que Maicol Santos se comportava como um ‘stalker’, perseguindo e monitorando a vítima de forma obsessiva.