
Créditos : Agência Brasil
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, desembarcou em Budapeste nesta quinta-feira (3), para uma visita oficial a convite do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán. A visita ocorre em meio a um mandado de prisão emitido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI), adicionando um elemento de desafio e tensão diplomática ao encontro.
O Ministro da Defesa da Hungria, Kristóf Szalay-Bobrovniczky, recepcionou Netanyahu na pista do aeroporto de Budapeste, marcando o início da visita oficial que se estenderá até domingo (6). Este é o primeiro compromisso de Netanyahu na Europa desde o início do conflito na Faixa de Gaza, em outubro de 2023, elevando a importância geopolítica da viagem.
Após as honras militares no palácio do governo, Netanyahu participará de conversações com o presidente Viktor Orbán, seguidas de uma coletiva de imprensa. A visita representa uma oportunidade para Netanyahu buscar o apoio húngaro em relação a propostas relacionadas ao futuro da Faixa de Gaza.
A visita tem um caráter simbólico significativo, ocorrendo após o anúncio do TPI, em novembro, do mandado de prisão contra Netanyahu por supostos crimes de guerra e contra a humanidade na Faixa de Gaza. Até então, Netanyahu não havia visitado nenhum dos 125 Estados-membros do TPI, como a Hungria, que possui a obrigação legal de prender o primeiro-ministro israelense.
Fontes consultadas indicam que Netanyahu busca restabelecer sua liberdade de movimento internacional. O TPI, por sua vez, reafirmou a obrigação legal de Budapeste de cooperar e executar suas decisões, independentemente de avaliações unilaterais.
Em um desenvolvimento relacionado, a Hungria considera anunciar sua retirada do TPI, conforme reportado pela Radio Free Europe. Embora tenha assinado o Estatuto de Roma em 1999 e ratificado o tratado em 2001, Budapeste alega que a não validação de uma convenção associada a isenta de cumprir as decisões do tribunal internacional. A situação coloca a Hungria em uma posição delicada no cenário diplomático global.