Ovos Disparam: Aumento de 15% Impacta o Bolso do Consumidor

Preço do ovo sobe
Referência : Portal Juliano BarbosaO preço do ovo nos supermercados registrou um aumento de 15% em fevereiro, comparado com janeiro, conforme o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No acumulado do ano, a alta já atinge 16,4%, enquanto nos últimos 12 meses, o aumento é de 10,4%.

Especialistas apontam que a elevação é influenciada pelo aumento do custo do milho, pelas altas temperaturas e pelo aumento da demanda durante a Quaresma, período em que muitos católicos reduzem o consumo de carne vermelha. Produtores esperam que os preços se estabilizem após esse período.

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) confirma que o aumento nos preços dos ovos é comum antes e durante a Quaresma, devido à substituição do consumo de carne vermelha por proteínas brancas e ovos. Tabatha Lacerda, diretora administrativa do Instituto Ovos Brasil (IOB), observou que a alta nos preços ocorreu antes do esperado.

O aumento dos custos de produção também é um fator importante. Tabatha Lacerda destaca que o milho, principal alimento das galinhas, aumentou 30% desde julho de 2024. A ABPA acrescenta que os custos com embalagens aumentaram mais de 100% nos últimos oito meses, e as altas temperaturas impactam a produtividade das aves. A baixa disponibilidade de ovos para venda também contribui para o aumento dos preços, segundo o Cepea.

Fernando Henrique Iglesias, analista da Safras & Mercado, alerta que a normalização dos preços após a Quaresma não é garantida, pois a demanda por ovos é sustentada pelo aumento dos preços das carnes bovinas, de frango e suínas. Se os preços dessas carnes continuarem altos, o mercado de ovos permanecerá inflacionado.

O IOB tem observado um aumento no consumo de ovos como proteína básica. Em 2023, o consumo foi de 242 unidades per capita, subindo para 269 em 2024, com expectativa de 272 unidades por pessoa em 2025.

Embora as exportações tenham aumentado desde dezembro, influenciadas pela gripe aviária nos EUA, Tabatha Lacerda afirma que a alta recente nos preços não está relacionada às exportações. A ABPA complementa que as exportações têm efeito praticamente nulo sobre a oferta interna.

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