O cenário financeiro do Figueirense, assolado por dívidas e má gestão, serve de alerta para a Portuguesa. A equipe catarinense enfrenta a iminência da falência, com credores buscando na Justiça a decretação após o não pagamento da primeira parcela de sua recuperação judicial. A crise tem suas raízes na gestão de Cláudio Honigman, ex-presidente da empresa que administrou o clube em parceria com o empresário francês Alexandre Bourgeois.

Honigman, envolvido em escândalos e com ligações com Ricardo Teixeira, ex-dirigente banido do futebol, foi recentemente detido em São Paulo sob suspeita de desvio de recursos. Bourgeois, agora à frente da SAF (Sociedade Anônima do Futebol) da Portuguesa, levanta preocupações sobre o futuro do clube paulista. No caso do Figueirense, o foco da gestão nunca foi o futebol em si, mas sim a exploração imobiliária do Estádio Orlando Scarpelli, localizado em uma área nobre de Florianópolis.

Há temores de que a Portuguesa possa seguir um caminho semelhante, com o interesse centrado na exploração do Estádio do Canindé para fins imobiliários. A trajetória de Bourgeois inclui uma breve e problemática passagem como CEO do São Paulo, marcada por decisões questionáveis e envolvimento em listas de pessoas suspensas pela Comissão de Valores Imobiliários (CVM). Anteriormente, ele também esteve ligado ao Santos e às negociações de Neymar com o Barcelona, que ainda enfrentam disputas judiciais.

Na Portuguesa, uma das primeiras ações de Bourgeois foi a contratação de Fred Mourão para o departamento de marketing, o mesmo profissional que trabalhou com ele no Figueirense. Essa decisão levanta questionamentos sobre a estratégia e o futuro da Lusa, com o receio de que o clube possa repetir os erros do passado.