Renovação do Lata Velha: Programa de Huck retorna com restaurações e deixa transgressões para trás

O Lata Velha retorna com uma nova temporada, focando em restaurações autênticas e histórias emocionantes, abandonando as transformações exageradas do passado.

Chevrolet Monza Hatch 1983 restaurado no Lata Velha

O icônico quadro Lata Velha, conhecido por suas transformações automotivas, marcou seu retorno às telas no último domingo, integrando a programação do Domingão com Huck. Celebrando sua 20ª temporada, o programa estreou com a revitalização de um Chevrolet Monza Hatch 1983, pertencente a Gabriel, residente de Indaiatuba, São Paulo. A abordagem inicial ocorreu de forma inusitada em Campos do Jordão, durante uma visita ao Museu CARDE, um espaço dedicado à cultura automotiva. Lá, Gabriel foi surpreendido com a notícia de que seu veículo havia sido ‘furtado’, dando início ao já tradicional roteiro do programa: uma brincadeira inicial, seguida por uma restauração completa, um desafio peculiar e, finalmente, a entrega do carro renovado. A edição dedicou 49 minutos para narrar a história do automóvel e do casal Gabriel e Mariana.

A tradição da ‘prenda artística’ foi mantida, exigindo que o proprietário interpretasse a canção ‘Dona’, do Roupa Nova, no palco do Domingão antes de receber seu Monza de volta. Contudo, nesta temporada, o Lata Velha optou por uma abordagem mais sóbria na restauração. O Monza passou por uma desmontagem completa e foi restaurado pela oficina Rusty Barn, sob a supervisão do renomado preparador Bigo Berge. O motor 1.6 original foi preservado, mas aprimorado com a adição de um turbocompressor. O veículo também recebeu rodas de aro 15, novos freios, um sistema de escapamento esportivo e melhorias no sistema elétrico. No interior, os bancos e revestimentos foram substituídos por opções mais modernas, mantendo a identidade original do Monza, com atualizações que permitissem seu uso diário, evitando transformá-lo em uma peça de exibição.

Essa mudança de direção surge após anos de críticas direcionadas ao programa. Em 2023, o quadro apresentou a história do Fusca 1967, carinhosamente apelidado de ‘Furioso’, que foi restaurado para a assistente social Carla Jeremias. Naquela ocasião, a restauração priorizou a originalidade do veículo, uma tendência que parece ter se consolidado. A estratégia de evitar controvérsias parece ser uma prioridade. Ao longo de sua trajetória, o Lata Velha realizou mais de 100 reformas, mas também enfrentou desafios, como veículos trocados, participantes insatisfeitos, carros com mau funcionamento e até litígios judiciais. Em 2005, um Opala SS 1979 foi entregue ao proprietário com a carroceria de uma Caravan, resultando em um processo contra a emissora. Outros casos se tornaram memes, como o ‘Pedreiromóvel’, com carroceria adornada com tijolos, o Fiat 147 de seis rodas e o Logus transformado em um trator urbano.

As oficinas também enfrentaram turbulências. A Nittro Hot Rods, a primeira parceira do programa, encerrou suas atividades após controvérsias. A Dimension Customs relatou pressões constantes por parte da produção. Somente recentemente, com a colaboração de profissionais como Tarso Marques, Rusty Barn e Galpão 34, o quadro passou a priorizar restaurações focadas na originalidade. Ao evitar o tom extravagante, o Lata Velha atual ganha credibilidade, embora possa perder parte da audiência que apreciava as transformações mirabolantes. No entanto, o programa parece ter encontrado um novo equilíbrio, focando em narrativas com apelo emocional, sem recorrer ao ridículo.

  • Destaques da Nova Temporada:
  • Restauração de um Chevrolet Monza Hatch 1983.
  • Foco na originalidade e usabilidade do veículo.
  • Parceria com a oficina Rusty Barn e o preparador Bigo Berge.
  • Aposta em histórias com apelo emocional e superação.
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