Brasileira presa em vulcão na Indonésia aguarda resgate enquanto pai enfrenta atrasos de viagem devido a conflitos no Oriente Médio. Equipes de resgate enfrentam desafios climáticos e de terreno.
Créditos: G1
A saga angustiante de Juliana Marins, a brasileira presa em uma fenda no vulcão Monte Rinjani, na Indonésia, ganha contornos ainda mais dramáticos. Enquanto equipes de resgate enfrentam desafios logísticos e climáticos no terreno acidentado, a família da jovem enfrenta um obstáculo inesperado a milhares de quilômetros de distância: o fechamento do espaço aéreo no Catar, em decorrência dos conflitos no Oriente Médio, impede o pai de Juliana de viajar para o país asiático para acompanhar de perto as operações de resgate.
Juliana encontra-se isolada a mais de 3 mil metros de altitude, em um despenhadeiro de difícil acesso. Já se passaram 72 horas desde o acidente, e a cada minuto que passa, a apreensão aumenta. Em um comunicado divulgado nesta segunda-feira (23), bombeiros e a direção do parque nacional onde o vulcão está localizado informaram que Juliana foi localizada presa em um penhasco, a aproximadamente 500 metros do ponto inicial da queda. A equipe de resgate utilizou drones com câmeras térmicas para identificar a localização precisa da vítima, que, segundo as autoridades, apresentava sinais de imobilidade.
As condições climáticas adversas e a complexidade do terreno têm dificultado enormemente os esforços de resgate. Uma operação delicada foi iniciada para instalar um sistema de grampos próximo ao cume da montanha, permitindo que os bombeiros descessem com cordas até o local onde Juliana está presa. No entanto, a operação precisou ser interrompida no meio da tarde devido ao agravamento das condições climáticas. Além disso, a equipe constatou que o comprimento da corda disponível não era suficiente para alcançar a vítima.
Manoel, pai de Juliana, encontra-se no aeroporto de Lisboa, Portugal, aguardando a reabertura do espaço aéreo no Catar para poder embarcar rumo à Indonésia. A distância e a impossibilidade de estar presente no local da operação de resgate geram ainda mais angústia para a família, que acompanha cada atualização com apreensão e esperança.
A Indonésia está dez horas à frente do horário de Brasília. As equipes de resgate planejam retomar as buscas assim que o dia amanhecer no Monte Rinjani, com a esperança de que as condições climáticas permitam o avanço da operação e o resgate seguro de Juliana. No sábado (21), a família chegou a receber informações de que as equipes de resgate haviam alcançado Juliana e fornecido água e comida. No entanto, essa informação foi posteriormente desmentida, aumentando a frustração e a incerteza em relação ao estado da vítima.
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil, por meio do Itamaraty, informou que o embaixador brasileiro em Jacarta está em contato direto com o governador da província de Lombok, solicitando reforços e agilidade no resgate de Juliana. A diplomacia brasileira está mobilizada para garantir que todos os esforços possíveis sejam empregados para salvar a vida da jovem. As autoridades locais enfrentam agora uma corrida contra o tempo, e o mundo aguarda ansiosamente por notícias positivas sobre o desfecho dessa dramática situação. A combinação de desafios naturais e geopolíticos torna o resgate de Juliana Marins um evento de grande complexidade e repercussão internacional.